COZINHA DOS PAÍSES DE LINGUA PORTUGUESA

No período colonial, fizeram-se vários ensaios de africanizar a cozinha portuguesa.Em Moçambique, por exemplo, o revitalizar do património culinário contra a adulteração daquela cozinha estranha à cultura e aos moçambicanos, foi timidamente ensaiado nos primeiros anos pós independência.Algumas das receitas divulgadas, então, eram representativas da verdadeira e genuina cozinha moçambicana.A mucapata, o mucuane, a mathapa, o tocossado o frango à zambeziana, o caril de amendoim, são alguns dos pratos a que me refiro e que são subscritos por moçambicanas bem conhecidas na arte de cozinhar.É impossível falar da cozinha moçambicana, omitindo a colonização e a consequente repressão cultural . Disto falaremos, oportunamente.
Entretanto, com a descolonização, todos e cada um dos países pode, também aqui, fazer a sua própria história.
Regressamos ao passado gastronómico, à cozinha tradicional, mergulharemos nas raízes, passaremos pelo presente, questionaremos opções e espreitamos novas influências.
Assim, apostamos na divulgação do que de mais representativo, existe, na cozinha dos países de língua portuguesa.
Gostariamos de contar com a colaboração de todos os que por aqui vão passar.


segunda-feira, 3 de março de 2008

CHIMA


Ingredientes:
800g de farinha de arroz; 2 cocos; sal
Preparação
1 – Despeje duas chávenas de água a ferver sobre o coco ralado. Esprema-o num pano e retire o leite de coco puro e reserve-o.
2 – Sobre a macacica ( coco ralado já utilizado), despeje mais duas chávenas de água a ferver. Esprema outra vez e retire o leite ralo
3 – Nesse leite de coco, depois de frio, dissolva a farinha de arroz. Deite o sal. Leve ao fogo e cozinhe sem parar de mexer
4 – Quando a farinha estiver cozida, junte o leite de coco puro e ferva mais dois minutos
Nota: se o leite de coco ralo, for insuficiente para dissolver a farinha, pode adicionar a água necessária.
É conveniente reservar um pouco de farinha. Se a chima não apresentar a consistência pretendida pode-se juntar um pouco mais, e mexer energicamente com uma colher de cozinha para evitar os grumos

IMAGEM DE FUNGE TIRADA DAQUI

8 comentários:

Koluki disse...

So' para dizer que o funge da imagem e' de milho e nao de mandioca.
Outra coisa que talvez valha a pena esclarecer e' que o funge de Angola, de mandioca (bombo'), ou de milho, e' feito estritamente com agua e a respectiva farinha.
Continuacao de bom apetite!

Agry White disse...

Obrigado pelos esclarecimentos. Em relação ao funge ocorrem-me duas coisas.
A primeira é que tive o prazer de aprender alguma coisa de cozinha de angola com angolanos.Funge de mandioca e pirão de milho, não será?
Em relação à foto,a indicação era de funge.Para mim, falar de funge é falar de massa de mandioca.
Concordará comigo ou acha que isto é pouco rigoroso?
Apareça sempre que quiser e puder porque isso me dá muito prazer

Koluki disse...

Quando toca a sabores, o prazer e' todo meu!
O que me diz sugere-me que os Angolanos com quem aprendeu sobre cozinha angolana, ou eram do Sul, ou aprenderam tambem com Angolanos de la'...
Embora o texto que essa foto ilustra no meu blog esteja em Ingles, ha' de reparar que funge e' o equivalente de foufou em grande parte da Africa Ocidental, ou de sadza na Africa Austral (onde e' feito quase exclusivamente com farinha, ou mais angolanamente, fuba, de milho) e pode tambem ser feito com farinha de inhame e, mais raramente talvez, com farinha de arroz. Portanto, o funge nao e' exclusivamente feito com fuba de bombo' (mandioca).
Agora, em geral no sul de Angola, onde se faz funge quase exclusivamente com fuba de milho (o 'reino' do funge de bombo' termina, genericamente falando, no Kwanza Sul) chama-se pirao ao funge.
So' que pirao em Luanda e no Norte em geral, mas particularmente na Ilha de Luanda de onde e' originario, e' um prato que se faz com caldo de peixe acompanhado de farinha musseke (isto nao tem nada a ver com fuba, embora seja tambem feita a partir da mandioca) embebida no olho de palma com que se fez o caldo.
Espero ter sido mais esclarecedora.

Bom fim de semana.

Agry White disse...

A minha “provocação” foi involuntária! Futuramente, assumirei deliberadamente a pele de provocador.
Foi, ou podia ter sido, um bom pretexto para me (nos) prestar um esclarecimento muito…
muito esclarecedor. Repito, ainda com mais entusiasmo: é sempre um prazer lê-la.
Obrigado e um óptimo fim de semana para si. De preferência, com funge.

Koluki disse...

Nao me tinha apercebido de que se tratava de uma provocacao, e ainda bem porque nao sou muito dada a "responder a provocacoes"...
Mas o que queria mesmo era pelo menos aliviar um pouco das dores que alguns dos meus pontapes na gramatica portuguesa poderao, por vezes, causar: onde se le 'olho', por favor leia-se 'oleo'...
Continuacao de bom apetite!

Anónimo disse...

ola gostaria de esclarecer algumas duvidas , em mocambique a gastronomia e muito complexa :
temos tres tipos de chima feitos a base de farinha de mandioca mais consumida no centro e no norte, farinha de arroz, e a mais consumida no sul que e feita a base de farinha de milho. E uma questao de gosto, ha quem confecciona este prato usando o leite de coco,outros usam simplesmente a agua e a farinha outos usam a manteiga.Espero ter ajudado.CHIMA EM MOCAMBIQUE,FUNGE EM ANGOLA, O MAIS IMPORTANTE E O RESULTADO FINAL.Bom proveito----Sou uma mocambicana residente na Ucrania.BJS E ABRACOS!!!

AGRY disse...

Olá
Obrigado pelas dicas. Estamos sempre a aprender, não lhe parece?
Conheço bem a cozinha moçambicana e, de maneira geral, a cozinha dos outros países que estão presentes no blogue. Apareça sempre que quiser. Os seus comentários serão bem-vindos.
Não respondi ao seu outro comentário, espero que me desculpe. Nem sempre respondo por respeito pela opinião de quem comenta. Faço-o sobretudo quando devo prestar algum esclarecimento que me é solicitado.
Os pasteis com diabo dentro têm a ver com o picante. Em Moçambique diríamos: "o piripiri sacana não é para brincadeiras"....
Beijos e abraços para si

Agry disse...

Desculpe, pensei mas não o escrevi.Queria acrescentar apenas que quando digo que conheço a cozinha moçambicana, queria acrescentar mas que não conheço tudo e terei ainda muito a aprender
Beijos