COZINHA DOS PAÍSES DE LINGUA PORTUGUESA

No período colonial, fizeram-se vários ensaios de africanizar a cozinha portuguesa.Em Moçambique, por exemplo, o revitalizar do património culinário contra a adulteração daquela cozinha estranha à cultura e aos moçambicanos, foi timidamente ensaiado nos primeiros anos pós independência.Algumas das receitas divulgadas, então, eram representativas da verdadeira e genuina cozinha moçambicana.A mucapata, o mucuane, a mathapa, o tocossado o frango à zambeziana, o caril de amendoim, são alguns dos pratos a que me refiro e que são subscritos por moçambicanas bem conhecidas na arte de cozinhar.É impossível falar da cozinha moçambicana, omitindo a colonização e a consequente repressão cultural . Disto falaremos, oportunamente.
Entretanto, com a descolonização, todos e cada um dos países pode, também aqui, fazer a sua própria história.
Regressamos ao passado gastronómico, à cozinha tradicional, mergulharemos nas raízes, passaremos pelo presente, questionaremos opções e espreitamos novas influências.
Assim, apostamos na divulgação do que de mais representativo, existe, na cozinha dos países de língua portuguesa.
Gostariamos de contar com a colaboração de todos os que por aqui vão passar.


sábado, 12 de abril de 2008

XACUTI DE GALINHA (I)


Ingredientes:
2kg de frango ou de borrego, limpa;2 dentes de alho; 1 colher de café de cominhos; 1 colher de sopa de coentros em grão; 3 cravinhos; 1 colher de chá de açafrão; piripiri seco q.b.; 25g de gengibre fresco; 3 colheres de sopa de coco ralado; 2 chávenas de leite de coco; 0,5 dl de óleo, 1 limão; ½ colher de café e canela; ½ colher de café noz-moscada
Preparação:
1 – Aloura-se o coco numa frigideira, mexendo sempre para não queimar.
2 – Alouram-se os temperos numa frigideira e pisam-se até ficarem em pó.
3 – Pisam-se os alhos, com sal. A esta pasta, juntam-se 2 colheres de água.
Leva-se ao lume um tacho com óleo e a pasta de alho. Refoga até alourar bem, sem queimar.
4 – Juntam-se os bocados de frango, previamente temperados de sal. Deixa-se refogar. Junta-se os temperos com excepção do açafrão e do coco torrado. Adiciona-se leite de coco. Deixa-se apurar.
5 – A meio da cozedura junta-se o açafrão e o coco torrado. Deixa-se apurar e rectifica-se de sal e rega-se com sumo de meio limão
6 – Serve-se acompanhado com arroz branco


Nota
:A fusão de sabores resulta de um assumir consciente e não de uma artificialização. Assim se explica a presença de outros ingredientes na cozinha moçambicana. No Xacuti, no Sarapatel, nas Chamussas, no Pulau, só para citar os mais divulgados. Voltaremos a esta, e a outras receitas, quando nos referirmos a Moçambique

2 comentários:

micas disse...

Pois...lendo até parece fácil. Confesso que este é um dos pratos em que não consigo acertar no ponto.
Se se torra pouco o coco, não sabe a nada. Se, se torra demais....fica com um ligeiro sabor a amargo. Confesso que resolvi a questão. Cada vez que quero comer chacuti...encomendo à minha amiga D. Manú, que nasceu lá para os lados de Quelimane. Divino, o chacuti dela e não só...

Agry White disse...

A cozinha, por vezes, prega-nos umas pequenas partidas! Em relação ao coco, a ideia é não se afastar do fogão. É um pouco como o caramelo. Tem de ter um tom bonito, loiro. Se nos afastamos, quer o açúcar quer o coco, ficam queimados e amargos.
Quanto ao resto, é assim:
1)O alho tem de alourar, perto do queimado
2)A tonalidade semi-amarelada, resulta do açafrão
3)O coco espessa o molho.
É no alho e nos temperos que mora o êxito do xacuti (ou chacuti) . Não desista
Beijinho