COZINHA DOS PAÍSES DE LINGUA PORTUGUESA

No período colonial, fizeram-se vários ensaios de africanizar a cozinha portuguesa.Em Moçambique, por exemplo, o revitalizar do património culinário contra a adulteração daquela cozinha estranha à cultura e aos moçambicanos, foi timidamente ensaiado nos primeiros anos pós independência.Algumas das receitas divulgadas, então, eram representativas da verdadeira e genuina cozinha moçambicana.A mucapata, o mucuane, a mathapa, o tocossado o frango à zambeziana, o caril de amendoim, são alguns dos pratos a que me refiro e que são subscritos por moçambicanas bem conhecidas na arte de cozinhar.É impossível falar da cozinha moçambicana, omitindo a colonização e a consequente repressão cultural . Disto falaremos, oportunamente.
Entretanto, com a descolonização, todos e cada um dos países pode, também aqui, fazer a sua própria história.
Regressamos ao passado gastronómico, à cozinha tradicional, mergulharemos nas raízes, passaremos pelo presente, questionaremos opções e espreitamos novas influências.
Assim, apostamos na divulgação do que de mais representativo, existe, na cozinha dos países de língua portuguesa.
Gostariamos de contar com a colaboração de todos os que por aqui vão passar.


segunda-feira, 2 de junho de 2008

COZIDO TROPICAL


Ingredientes:
250g de milho cozido (ou descascado para cozer); 250g de feijão nhemba; 1kg de mandioca; 300g de banana-pão; 500g de batata-doce; 300g de abóbora; 1 couve lombarda grande; 2 mangas semi-maduras; 2 cabeças de alho; farinha de arroz (de milho ou de mandioca)
250 g de chouriço de carne;250g de chouriço de sangue e /ou morcela ou chouriço mouro; 250g de toucinho entremeado; 500g de entrecosto; ½ de carne de vaca ;500g de carne seca; 500g de carne salgada (porco); 1 galinha caseira
Marinada:
1L de vinho branco seco; 4 pés de alecrim; 2 cebolas; 2 cenouras; 2 mangas; 2 troncos de aipo; 1colher de sopa de pimentas pretas esmagadas; 1 colher de chá de cravinhos esmagados; 2 folhas de louro; 1 ramo de coentros ; sal grosso
Preparação:
1 – De véspera, faz-se uma marinada com o vinho, os legumes descascados , lavados e partidos grosseiramente e todos os temperos. Mergulha-se o entrecosto , a carne de vaca e o toucinho. Reservam-se em lugar fresco.
2 – No dia seguinte, deita-se tudo numa panela grande e põe-se ao lume. Depois do líquido entrar em ebulição, baixa-se o calor e deixa-se fervilhar durante uns 15 minutos.
3 – Numa segunda panela, deita-se água, sal as cabeças de alho e o chouriço. Quando levantar fervura, junta-se-lhe o vinho coado e as carnes para acabarem de cozer( Os legumes e os temperos, não se aproveitam). Deixa-se a panela ferver suavemente.
À medida que as carnes vão ficando cozidas, retiram-se e reservam-se.
4 – Entretanto, já se cozeu o feijão e o milho
5 – A mandioca, a banana-pão, a batata-doce, o lombardo (partido em 4 ou 6 bocados) e a abóbora e cozem no caldo depois das carnes
6 – Espetam-se dois palitos a atravessar cada extremidade da morcela (mouro ou chouriço de sangue) e metem-se num tacho com água fria. Deixam-se cozer em lume brando.
7 – Finalmente, prepare chima de arroz com um pouco do caldo do cozido


Nota: Se preferir faça funge de milho ou de mandioca
Recolha o caldo do cozido e acrescente farinha de arroz (milho, ou mandioca) para fazer chima ou funge
Se não encontrar feijão nhemba, utilize feijão catarino
Se puder utilizar carnes de caça (javali, galinha do mato ou galinha-de-angola, p.ex.) este prato ficará ainda melhor, seguramente

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