COZINHA DOS PAÍSES DE LINGUA PORTUGUESA

No período colonial, fizeram-se vários ensaios de africanizar a cozinha portuguesa.Em Moçambique, por exemplo, o revitalizar do património culinário contra a adulteração daquela cozinha estranha à cultura e aos moçambicanos, foi timidamente ensaiado nos primeiros anos pós independência.Algumas das receitas divulgadas, então, eram representativas da verdadeira e genuina cozinha moçambicana.A mucapata, o mucuane, a mathapa, o tocossado o frango à zambeziana, o caril de amendoim, são alguns dos pratos a que me refiro e que são subscritos por moçambicanas bem conhecidas na arte de cozinhar.É impossível falar da cozinha moçambicana, omitindo a colonização e a consequente repressão cultural . Disto falaremos, oportunamente.
Entretanto, com a descolonização, todos e cada um dos países pode, também aqui, fazer a sua própria história.
Regressamos ao passado gastronómico, à cozinha tradicional, mergulharemos nas raízes, passaremos pelo presente, questionaremos opções e espreitamos novas influências.
Assim, apostamos na divulgação do que de mais representativo, existe, na cozinha dos países de língua portuguesa.
Gostariamos de contar com a colaboração de todos os que por aqui vão passar.


sábado, 28 de fevereiro de 2009

CHANFANA





A chanfana é um prato de Portugal, típico da Beira Litoral. É um dos pratos tradicionais mais famosos, cozinhada nos caçoilos de barro preto do Olho Marinho concelho de Vila Nova de Poiares. Este concelho constituiu a Confraria da Chanfana e possui o registo da marca: Vila Nova de Poiares Capital Universal da Chanfana

Ingredientes: 3kg de carne de cabra; 150g de toucinho; 1dl de azeite; 1 colher de sopa de banha; 1 cebola; 5 dentes de alho;, 2 colheres de chá de pimenta; 1 colher de chá de colorau; 1 ramo de salsa; ½ folha de louro; sal; noz-moscada; 1 a 1,5 litro de vinho tinto maduro de boa qualidade.

Preparação:
1 – Corta-se a carne em bocados, que se colocam num tacho de barro preto do Olho Marinho ou de Molelos .
Juntam-se todos os ingredientes citados, à excepção do vinho, que apenas deve ser o suficiente para cobrir a carne.
2 – Coze-se a chanfana num forno muito quente que deve ser aquecido até ao máximo da sua potência meia hora antes de se introduzir o preparado.
Assim, introduz-se a caçoila tapada e “esquece-se” até o forno esfriar o que leva entre 4 a 5 horas. A meio deste tempo, convém verificar se é necessário adicionar mais vinho
3 – Antes de comer aquece-se bem a chanfana e serve-se na caçoila em que cozeu, com batatas cozidas em água e sal à parte.

NOTA: O animal escolhido tem de ser adulto e será cozido de preferência no forno de pão dentro de um tacho de barro preto de Molelos. Nunca deverá ser feito no dia em que é servido, mas na véspera ou antevéspera, aquecendo-se muito bem antes de se servir.
A chanfana à moda de Coimbra confecciona-se com carne de borrego tenro e gordo.
A partir do momento em que entrou no forno, a carne não deverá ser mais mexida, adicionando-se apenas o vinho necessário para impedir que se queime. O tempo de cozedura vai de 3 a 4 horas, conforme a idade do borrego

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